quinta-feira, 24 de maio de 2007

CARTA-MANIFESTO DOS ESTUDANTES DO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS (IGe)

Assim como vem sendo colocado, seja no debate já realizado em nosso instituto, seja através dos boletins estudantis, ou ainda através dos artigos e matérias publicadas em jornais, vivenciamos uma reestruturação do ensino superior público paulista – bem como um novo entendimento sobre o papel da educação no estado.
Esta reestruturação foi proposta pelo atual governador de São Paulo, José Serra, já a partir do seu primeiro dia de mandato, através da promulgação de alguns decretos - os famigerados "decretos do Serra". Dentre as diversas modificações que estes representam, ressaltem-se: a perda da atual autonomia universitária – que apesar de apresentar alguns problemas, é fruto de uma grande luta, efetivada a partir de 1989 –; o engessamento na gestão do orçamento da universidade – por exemplo, para a transferência de R$ 1 milhão do item "compra de material" à construção de um novo prédio (como o do IGe), esta somente se efetivará a partir da autorização do governador, não cabendo mais a universidade decidir sobre tal; – e a proibição de novas contratações de funcionários para o serviço público, sem a devida autorização do governador – outro duro golpe, já que dificulta a praticamente inexistente contratação de professores, agravando a falta dos mesmos nas universidades públicas, como identificado na avaliação de curso realizada no IGe.
Assim sendo, no último dia 15 (terça-feira), os estudantes da Faculdade de Educação (FE), bem como os do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) decidiram entrar em greve. Assim como estes, trabalhadores da USP também fizeram esta opção, a partir do dia 16/05 (quarta-feira). Nesse mesmo dia, após uma das maiores assembléias gerais dos últimos tempos, estudantes da USP – ocupados na Reitoria daquela universidade há 20 dias – optaram por entrar em greve. O mesmo foi decidido na Unicamp, em Assembléia Geral, realizada também no dia 16/05 – decisão reafirmada ontem, dia 22/05, em nosso instituto. Vale ainda lembrar que uma ocupação há pouco tempo foi realizada na reitoria da Unicamp, bem como na diretoria da Unesp Marília. E todas estas movimentações possuem um eixo central: a luta contra os decretos do governador.
Diante do quadro exposto, e entendendo que vivemos um momento de duros ataques à universidade pública - patrimônio da sociedade como um todo -, nós, estudantes do Instituto de Geociências (IGe) da Unicamp deliberamos, em assembléia geral de estudantes do instituto, realizada no dia 22/05 (terça-feira), entrar em greve. Isso porque, entendemos que este é o único instrumento que nos possibilitará ganhos concretos. Nesse sentido, chamamos todos os estudantes, funcionários e professores a se somarem às movimentações que estão acontecendo.

Assembléia Geral dos Estudantes do IGe

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